Post 3 - Da gravidez ao nascimento

Hoje vamos comentar sobre o estágio de "transformação" do homem comum, normal, em Pai. Mais especificamente sobre o período entre o início da gravidez e os primeiros dias após o nascimento do bebê.

Independentemente da gravidez ter acontecido de surpresa ou de ter sido fruto de inúmeras tentativas, há um dia em que a esposa (ou namorada, ou parceira, etc) chega pra você e traz "a notícia": Você vai ser Papai!!

Normalmente as mulheres fantasiam a expectativa de uma reação do "Papai" digna de filme de Holywood, com um ataque de histeria, beijos, abraços e celebrações...

Mas, com a maioria de nós, ocorre justamente o contrário. Apesar das sensações de alegria e expectativa de fato surgirem, normalmente, a mente masculina tende a sobrepor estes sentimentos com um choque de realidade baseado principalmente nas responsabilidades (não só financeiras) que surgem simultaneamente com a notícia. Afinal, pensamos nós, a vida vai virar de ponta a cabeça...

Então, eis que surge o primeiro desafio da paternidade: Administrar seus sentimentos e tentar transparecer o máximo de alegria (que apesar de escondida, realmente existe no seu coração) para a futura Mamãe. E acredite, em caso negativo, esse momento pode ficar marcado pro resto da vida nas memórias dela (já o oposto será encarado como normal/esperado e não te trará nenhuma recompensa, mas é a vida, fazer o que, né?!).

Bem, após este momento "mágico" começam os preparativos para receber o querido bebê: Descobre-se o sexo, prepara-se o quartinho, providencia-se o enxoval e percebe-se claramente a barriga da mamãe crescendo... Ela, por sinal, já incorpora o espírito de Mamãe desde o início da gravidez, pois, a final, a prova física de todos aqueles preparativos e mudanças está, fisiologicamente, dentro dela. Mas e o Papai, como se sente durante todo este período?

O que acontece é um mix de sentimentos, ao mesmo tempo em que você toma uma série de atitudes de cunho prático para se preparar e tentar estar pronto para enfrentar seus medos, assumir aquela nova responsabilidade e ser capaz de curtir aquele momento da vida, o fato do bebê ainda não ter se materializado faz com que sua mente não permita que você passe a se reconhecer como Pai. Apesar de todas as evidências do acontecimento, você ainda não está no mesmo timing da Mamãe. E este é mais um desafio a ser administrado durante a gravidez: Você não deve deixar sua companheira pensar que você não está tão envolvido quanto ela na gravidez, afinal este é um período de muita alegria, mas também de alguma instabilidade emocional para as mulheres...

Vencidos os nove meses de gestação e expectativas, eis que o pequeno bebê finalmente resolve dar o ar de sua graça e, como num passe de mágica, passa daquele mundo da imaginação para dentro da sua vida... E é aí que, para nós homens, acontece a verdadeira transformação. A partir daquela prova física, tão pequena, dependente e ao mesmo tempo cheia de vida, é que surge aquele sentimento bom, de ternura, cuidado e vontade de protegê-lo que, de certa forma, sentíamos falta nos nove meses anteriores: Agora sim, pensamos com nossos botões, sou Pai.

E, por mais estranho que pareça, a partir daquele dia, você passa a encarar aquele pequeno ser de uma forma que você jamais poderia imaginar... Atividades como trocar fraldas, dar banho, limpar o nariz, alimentar, etc. passam a trazer um prazer implícito (e até então desconhecido) que simplesmente preenchem sua vida sem que você perceba...

É realmente uma experiência incrível!!

Convido-os a compartilharem suas próprias experiências (Papais e Mamães) desta etapa da vida conosco, nos comentários. E recomendo a todos os Papais em potencial que, quando chegar a hora, vivam intensamente estes momentos.

Até breve.

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